Você consegue imaginar uma vida sem o riso, sem a felicidade ou mesmo sem o humor? Seria horrível, não é mesmo? Nós estamos sempre em busca de alegria e é por isso que é tão importante ter espaço para esse sentimento na arte.
Quando você pensa em um profissional que represente esses atributos que falamos acima, quem vem a sua mente? Sim, o palhaço é aquela figura emblemática que nos fez rir na infância e que, na roupagem clássica ou de forma moderna, ainda nos faz rir na idade adulta.
O clown é muito muito mais do que um personagem de cara pintada. Existem linhas teóricas e práticas de estudo dessa arte e a sua ação no seu projeto ou ação pode ser muito mais efetiva do que você pode imaginar.
A palavra, que em inglês significa palhaço, na verdade, no Brasil e também a nível acadêmico mundial, é mais ligada ao estudo da palhaçaria e da comédia. Inclusive, é uma vertente teatral com formação ministrada em várias escolas de atuação, além de cursos de artes cênicas. Estando presente em grandes universidades brasileiras como a UFG, UFRGS e Unicamp.
Vale também abrir espaço aqui para destacar os cursos informais e muitas vezes invisibilizados de formação de clowns. A arte da palhaçaria, muitas vezes, é passada através de grupos que oferecem essas técnicas e culturas através de ensinamentos práticos e isso garante o constante aparecimento de grandes nomes do humor.
Agora você deve estar se perguntando: porque eu deveria contratar um profissional com essa expertise para a minha produção? Vamos te dar 4 exemplos práticos para você considerar a contratação do clown. Acredite, essa arte é um verdadeiro tesouro! Confira:
Para projetos cômicos
Você é um produtor de teatro, cinema ou musical? Que tal acrescentar humor no seu projeto e agregar valor e empatia do público através de um dos profissionais mais antigos do teatro?
Como já falamos aqui, o clown está muito além do palhaço convencional. Ele é a personificação de técnicas e práticas que ensinam o contato com o público através de formas de criar o humor. Isso não significa necessariamente um contador de piadas. Veja, mesmo nos estudos clássicos da palhaçaria há 2 tipos de perfis diferentes o Branco e o Augusto e eles, por definição, são opostos que trabalham juntos em prol do humor e da cena.
O clown como contraponto
Filmes, séries, novelas e sitcons possuem histórias baseadas em personagens que, não necessariamente, possuem nuances de (bom) humor. Bom, mas sabemos através da análise de produções famosas que o personagem divertido, engraçado e bonachão, embora às vezes relegado ao segundo plano, garante o contraponto que torna a construção cênica mais palatável.
Tente relembrar as novelas e séries mais famosas a nível nacional ou internacional. Busque referências entre aquelas cujo teor cômico não é o ponto principal do enredo. Você vai perceber, que mesmo nesses casos, sempre há um personagem que trás as características do humor para dentro do roteiro.
Vale dizer que no Brasil esses personagens muitas vezes ganham ainda mais destaque do que os protagonistas. Quantas vezes um personagem divertido de novela engajou um bordão que todos repetiam, mesmo ele não tendo o papel principal.
Agora, se você está criando uma produção e ainda não montou completamente o seu elenco, não deixe de pensar no clown como uma coluna importante seja no teatro, na tv ou no cinema.
Para treinamento do ator (para cinema, teatro, produções de palco e produções de rua)
Existem alguns pontos-chave nas linhas de estudo, trabalho e aplicação das técnicas de clown. Entre eles, podemos destacar a questão da improvisação, do retorno do público / plateia e a conexão entre o artista e a reação gerada através de movimentos, timings, ações e interpretações.
Pensando dessa forma, o clown usa as artes cênicas de modo muito mais dinâmico do que as linhas convencionais de atuação. Por isso, para determinados papéis, o clown é muito mais do que um profissional que coloca o seu conhecimento em prática, ele pode ser também um treinador e preparador de ator.
É preciso destacar aqui que o aprendizado teórico do clown e do ator é diferente. É por isso que em muitos papéis o uso das técnicas de clown é essencial para o sucesso. Dessa maneira, os exercícios de palhaçaria podem ser a porta para a melhor atuação do seu ator e a otimização do seu projeto.
Para ser o destaque: o clown é muito mais do que o “palhaço comum”
Agora é o momento de mostrar que o clown pode ser muito mais do que o palhaço comum e por isso é possível ter uma produção totalmente voltada para as suas linhas práticas. É preciso destacar aqui que não estamos retirando o valor do palhaço clássico a nível de projeção. O ponto aqui é mostrar que existem diversos perfis que podem, em conjunto, formar um projeto complexo e dramaturgicamente recheado.
Para processos coletivos, é possível criar um roteiro completamente voltado para as técnicas de palhaçaria, envolvendo humor, drama, atuação, improvisação, múltiplas técnicas de palco e teatro de rua e ainda as aplicações do palhaço clássico.
Existem várias sitcons americanas que usam perfis de clown para criar enredos de humor. Nesses perfis estão o esperto, o apaixonado, o perdedor, o mau humorado e ainda os papéis que enriquecem esses espetáculos com o uso de atuações de contraponto e reviravolta.
É preciso valorizar o clown e os grandes palhaços do Brasil
Antes de finalizar esse texto, abre-se aqui um espaço para chamar atenção à essa arte genuinamente formada no humor e que tem brigado por espaço junto às artes cênicas. A palhaçaria foi reduzida ao clown clássico e relegada ao espaço unicamente do circo.
É importante lembrar que essa arte tem muito a oferecer em projetos com diversos enredos e objetivos.
Sem a arte da palhaçaria, teríamos perdido em nossa história grandes nomes como Chico Anysio, Grande Otelo, Mazzaropi e os inesquecíveis Trapalhões. Com referências nacionais como essas é preciso reconhecer a qualidade do nosso humor e engrandecer a escola brasileira do clowns.
Texto ótimo! Eu tenho um clown, e é uma experiência única desenvolver o seu clown. Aprendemos de início que existe o augusto e o branco. A maioria QUER ser o augusto pq acham-o engraçado, daí vem a frase “querer não é poder”. De acordo como o clown é trabalhado que vai aparecendo o resultado, isso inclui até mesmo o tipo de roupa e maquiagem que faz no clown. Por exemplo, eu queria ser um clown augusto, mas saiu um clown soturno branco. Porém dependendo do contexto da cena, ela pode ser branca ou então augusto. Porque numa cena não existe mais de um clown branco, se tinha um e entrou um outro, o anterior faz papel de augusto. E isso e outras e outras coisas espetaculares que o clown trás para nós.
Viva a palhaçaria! Viva o clown! E, merda!